Área de Proteção Ambiental dos Recifes de Corais
A Área de Proteção Ambiental dos Recifes de Corais (APARC) foi criada pelo Decreto n15.746, de 06 de junho de 2001, pelo governo do estado do Rio Grande do Norte. Com aproximadamente 136 mil hectares, se estende ao longo da faixa costeira dos municípios de Maxaranguape, Rio do Fogo e Touros. Na APARC, destacam-se os “parrachos”, termo regional utilizado para formações recifais biogênicas rasas, que formam piscinas na costa durante a maré baixa. Ocorrem em manchas, formados por inúmeros pináculos, que emergem do fundo arenoso, diferindo-se da maioria das formações de arenito costeiro. Os três principais recifes na APARC são: Maracajaú, Rio do Fogo e Perobas. Nos recifes de arenito de Rio do Fogo, destaca-se a maricultura de algas, atividade tradicional exercida pelas mulheres, com grande importância social e econômica para a região (Maia et al., 2020). Por outro lado, as atividades turísticas são desenvolvidas com mais intensidade nos recifes de Maracajaú, no município de Maxaranguape. Estes recifes se caracterizam por apresentarem diferentes ambientes bentônicos além dos pináculos. Na porção sudeste, encontra-se um banco de rodolitos que ocupa aproximadamente 2% da área do recife, com grande cobertura de macroalgas sobre os nódulos calcários (Silva, 2010). Além destes ecossistemas, os recifes possuem um importante banco de fanerógamas marinhas. Os objetivos principais da APARC são proteger a biodiversidade nos recifes de corais, e, ordenar as atividades econômicas de turismo e pesca. A sua gestão fica a cargo de um Conselho Gestor presidido pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (IDEMA). Os recifes de corais integram os ecossistemas de maior produtividade e riqueza de espécies do planeta e proporcionam serviços necessários para a subsistência de milhares de pessoas. As macroalgas são importantes componentes nesses ambientes e podem ser utilizadas como bioindicadores. Desde a década de 80, no estado, a exploração de bancos naturais de algas com potencial de interesse econômico é uma atividade tradicional, intensificada nas décadas posteriores. Desde então, levantamentos e pesquisas com macroalgas têm sido realizados, com ênfase nas espécies de aproveitamento econômico. Os primeiros levantamentos da flora ficológica da bacia potiguar (RN) foram realizados por Cocentino (2010) e Silva (2010). A flora marinha da APARC conta com 180 espécies, representadas por 126 rodófitas, 30 clorófitas e 24 ocrófitas (Silva, 2010; Silva & Fujii; 2012; Silva et al., 2012). Dentre estes táxons, 3 não possuem exemplares (vouchers) em herbários, sendo listados em anexo. Embora a diferença no número de espécies encontrado nas áreas sob influência (42) e sem influência de turismo (48) na APARC seja pequena, há diferença na composição de espécies (Silva et al., 2012). Nas áreas sujeitas a pisoteio e ressuspensão de sedimento causadas pelas atividades de turismo, favoreceram a presença de espécies de macroalgas de pequeno porte com ciclo de vida curto, bem como a espécie oportunista como Caulerpa racemosa, enquanto que nas áreas onde as atividades de turismo são proibidas, as algas pardas foram mais predominantes, provavelmente devido à maior complexidade de habitat (Silva et al., 2012).
Lista de macroalgas marinhas da Área de Proteção Ambiental do Recifes de Corais sem registro em herbário
| Filo | Familia | Gênero | Epíteto específico | Referência |
|---|---|---|---|---|
| Ochrophyta | Acinetosporaceae | Feldmannia | irregularis | 3 |
| Rhodophyta | Rhodomelaceae | Herposiphonia | secunda | 3 |
| Rhodophyta | Rhodomelaceae | Xiphosiphonia | pennata | 3 |
