Área de Proteção Ambiental da Baía de Todos os Santos
Área de Proteção Ambiental da Baía de Todos os Santos (APA-BTS) é uma área de 79.200 ha, que abarca parte de 13 munícipios, entre os quais, Salvador, Itaparica e Vera Cruz. Foi criada pelo Decreto Estadual nº 7595 de 05 de junho de 1999. Dotada de grande diversidade biológica, especialmente importante para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, regular o processo de ocupação do solo e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. É constituída por áreas de domínio público e privado. A APA-BTS está localizada na parte norte da costa do estado da Bahia, nas coordenadas 12°50’ S e a longitude de 38°38’O. Possui uma ampla diversidade de habitats, expressivas formações recifais e outros ambientes (praias arenosas e/ou rochosas e manguezais) de extrema importância ecológica. Os recifes de corais da BTS foram descritos por Laborel (1969) e Leão et al. (2003) como rasos, a maioria em franja, e com espécies de corais adaptadas à turbidez. Os recifes localizados na entrada da baía diferenciam-se pela maior abundância das algas calcárias incrustantes e articuladas, e as espécies de corais mais abundantes são as do complexo Siderastrea, Mussismilia hispida, M. braziliensis e Porites branneri. Os recifes localizados no interior da baía possuem maior abundância de esponjas e corais, e a espécie de coral dominante é Montastraea cavernosa (Dutra et al., 2006; Cruz et al., 2009). Sargassum spp., Dictyopteris delicatula e Halimeda opuntia foram determinadas como as macroalgas mais abundantes na baía (Marins et al., 2008). Várias mudanças nos arredores da baía contribuíram para o declínio do recife (Dutra et al., 2006), entre elas: a mais antiga refinaria de petróleo do país (Refinaria Landulpho Alves da década de 1950), o maior complexo petroquímico da América do Sul (Polo Industrial de Camaçari de 1978), e a terceira maior área metropolitana do Brasil (Salvador; ~2,417 milhões de habitantes, IBGE ) (Dutra, 2006). Além disto foi registrado o aumento da abundância de octocorais exóticos invasores, ameaçando as espécies de corais nativas (Lolis et al., 2023).
Inventários de macroalgas, realizados sobretudo a partir da década de 2010, revelaram uma rica flora de macroalgas na APA-BTS. Destacam-se as coleções dos herbários ALCB, HUEFS e RB, nas bases de dados do Jabot e specieslink. O levantamento de todos os estudos indica que a APA-BTS possui 308 espécies de macroalgas, 95 Chlorophyta, 42 Ochrophyta e 171 Rhodophyta, com novas ocorrências para Bahia e litoral brasileiro (Barros-Barreto, M.B. et al., 2004; Nunes & Guimarães, 2008, 2009; Nunes et al., 2005, 2008). Das 308 espécies, somente 5 registros não têm vouchers depositados (em anexo).
Lista de macroalgas marinhas da APA da Baia de Todos os Santos sem registro em herbário:
Filo | Família | Gênero | Epíteto específico | Referência |
---|---|---|---|---|
Chlorophyta | Cladophoraceae | Cladophora | crispula | 1 |
Rhodophyta | Callithamniaceae | Aglaothamnion | felipponei | 8 |
Rhodophyta | Corallinaceae | Corallina | officinalis | 8 |
Rhodophyta | Erythrotrichiaceae | Sahlingia | subintegra | 8 |
Rhodophyta | Rhodomelaceae | Bryocladia | subtilissima | 8 |