Área de Proteção Ambiental Costa das Algas
A Área de Proteção Ambiental Costa das Algas (APA Costa das Algas) é uma Unidade de Conservação (UC) de uso sustentável localizada nos Biomas Marinho Costeiro e da Mata Atlântica, no Estado do Espírito Santo. Está localizada na região central da Plataforma Continental do Espírito Santo, ao sul da foz do Rio Doce, entre as latitudes 19º 52' 91" e 20º 13' 59.81" S e as longitudes 40º 10' 50.58" e 39º 42' 19.79" O, nos municípios de Aracruz, Fundão e Serra. A APA é delimitada por um polígono irregular e abrange desde a faixa litorânea até o talude continental, incluindo extensos bancos de rodolitos na plataforma externa.
A APA Costa das Algas abrange 1149 km2, sendo mais de 90% de sua área situada no ambiente marinho. Na costa, estão presentes restingas, praias, manguezais e recifes lateríticos com poças de maré. Criada em 17 de junho de 2010 através de Decreto Federal, a unidade tem como objetivos principais proteger a diversidade biológica e os ambientes, especialmente os bancos de rodolitos, e promover a recuperação das formações vegetacionais da área costeira. A APA possui continuidade territorial e circunda o Refúgio de Vida Silvestre de Santa Cruz. Estas duas UCs fazem parte da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica/UNESCO.
A flora marinha da APA Costa das Algas é uma das mais diversas do Brasil, com pelo menos 248 espécies, sendo 247 táxons de macroalgas e um de angiosperma. As macroalgas são representadas por 151 rodófitas, 59 clorófitas e 37 feófitas. Destes táxons, apenas 15 não possuem exemplares (voucher) em herbários nacionais.
A APA Costa das Algas é uma importante área para a pesca artesanal e sofre pressão decorrente da ocupação desorganizada da zona costeira, tendo sido uma das UCs mais afetadas pelos rejeitos de minério decorrentes do rompimento da barragem de Fundão, conhecido como Desastre de Mariana, ocorrido em 5 de novembro de 2015. Trata-se de um contexto no qual é fundamental desenvolver estudos e monitoramentos de longa duração, enfocando a diversidade da fauna e flora marinha de forma a melhorar a compreensão sobre a persistência dos impactos e a capacidade de recuperação do ambiente.
Merecem destaque as coleções de S.M.P.B. Guimarães (depositada no herbário SP-Algae) e de G.M. Amado-Filho e R.G. Bahia (herbário RB), essa última com algas coletadas após o Desastre de Mariana. O CNPq concedeu bolsas de Produtividade em Pesquisa e de Pós-Doutorado Sênior para a confecção desta coleção, que contribuiu para aumentar o número de espécies no inventário da APA. Parte do inventário florístico foi executado no âmbito do Programa de Monitoramento da Biodiversidade Aquática (financiamento FEST-RENOVA) e do Programa de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração (PELD-Abrolhos). Agradecemos aos organismos que financiaram este trabalho e a todos que participaram das expedições, em especial: RT Carvalho, Á Bertoncini, N Vale, MJ Willemes, LAS Leão, J Lourenço e DS Cajueiro (Zá). Dedicamos este trabalho à memória do Dr. Gilberto M. Amado Filho pela sua inestimável contribuição.
