Floresta Nacional do Tapajós
A Floresta Nacional do Tapajós (Flona Tapajós) é uma unidade de conservação (UC) de uso sustentável criada através do Decreto n° 73.684, de 19 de fevereiro de 1974. Delimitada a oeste pelo rio Tapajós e a leste pela rodovia BR-163, ao longo de sua história sua área original foi modificada diversas vezes, possuindo atualmente 527.319 hectares localizados nos municípios de Aveiro, Belterra, Placas e Rurópolis, no extremo oeste do estado do Pará, entre as coordenadas 02º40’ – 04º10’ S e 54º 45’ – 55 º 30’ W. A Flona Tapajós conta com uma população residente estimada em cerca de 4 mil pessoas, que estão distribuídas em 21 comunidades, três aldeias indígenas (territórios de gestão compartilhada entre ICMBio e FUNAI) e lotes de assentamento da reforma agrária, situados às margens da rodovia BR-163. A UC se destaca pela implementação avançada, contando com Plano de Manejo, Contrato de Concessão de Uso por moradores tradicionais, concessão não onerosa de florestas para o manejo florestal comunitário, apoio ao turismo comunitário, além de infraestrutura de apoio a pesquisadores e visitantes, ainda que incipiente. Além disso a Flona Tapajós também se destaca por ser, há diversos anos, a UC Federal da Amazônia com maior número de pesquisas científicas e atividades didáticas registradas no SISBIO (Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade). A região da UC apresenta uma pluviosidade média anual de 1.900 mm e sazonalidade bem definida, com estação seca bem marcada, geralmente entre julho e novembro. A área da UC tem altitudes que vão de 8 a 300 m.s.n.m., com mais da metade representada por um relevo bastante acidentado, concentrado na porção sul da Flona. A vegetação predominante pode ser classificada em dois tipos principais: Floresta Ombrófila Densa e Floresta Ombrófila Aberta. Áreas abertas mais antropizadas concentram-se nas regiões povoadas e próximas ao rio Tapajós e BR-163. A Flona Tapajós foi alvo de diversos projetos de inventário florestal desde a década de 1980, que resultaram em um número considerável de coleções que foram destinadas ao Herbário IAN. Mais recentemente, a partir de 2010, iniciativas para conhecer melhor sua flora foram conduzidas por instituições como UFOPA, NYBG e JBRJ, sendo que a maior parte das amostras proveniente da UC pode ser encontrada hoje nos herbários HSTM, NY e RB.