Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri
O Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri, localizado em Florianópolis, representa o maior corpo de água doce de Santa Catarina, com uma área de cerca de 20,3 km², e é um manancial que abastece praticamente todos os bairros do sul e do leste da Ilha de Santa Catarina. A fim de proteger a Bacia Hidrográfica da Lagoa do Peri e realizar a captação e distribuição da água de forma adequada, foi criado o Parque Municipal da Lagoa do Peri através da Lei Municipal nº1828/1981. Esta lei também possui como objetivo a preservação do patrimônio que é representado pela fauna e flora da região. Em 2019, o Parque Municipal da Lagoa do Peri sofreu uma recategorização, a fim de se enquadrar no Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), instituído em 2000, passando a ser um Monumento Natural (MONA). Esta alteração aumentou as áreas protegidas pelo parque e também permitiu que as casas dos moradores já instaladas permanecessem em seu território. A categoria ainda permite o uso público para pesquisa e turismo, com acesso gratuito a trilhas, praias, a lagoa e atividades de educação ambiental. O MONA Lagoa do Peri está inserido no bioma da Mata Atlântica, e sua vegetação é composta basicamente por Floresta Ombrófila Densa e por vegetação de restinga, porém, é possível observar locais onde a vegetação original foi modificada, principalmente pelo estabelecimento de famílias vindas de bairros próximos, como da Armação do Pântano do Sul e do Ribeirão da Ilha, que tinham a agricultura e a pesca como principal atividade. A UC ainda não possui plano de manejo. Atualmente, a maioria das coletas do MONA Lagoa do Peri estão nos herbários FLOR, FURB e MBM. O MONA apresenta alta riqueza de plantas vasculares, com registro de 677 espécies (113 spp. de samambaias e licófitas e 564 spp. de angiospermas). As cinco famílias de angiospermas com maior número de espécies no MONA são Orchidaceae (93 spp.), Myrtaceae (39 spp.), Poaceae (34 spp.), Asteraceae (26 spp.) e Fabaceae (25 spp.); entre as samambaias e licófitas destacam-se Polypodiaceae (25 spp.), Pteridaceae (17 spp.) e Dryopteridaceae (16 spp.). É importante destacar, no entanto, que essa listagem subestima a real diversidade da UC, e estudos florísticos e taxonômicos detalhados são necessários para que a flora do local seja adequadamente conhecida.