Parque Nacional Marinho dos Abrolhos
O Parque Nacional Marinho dos Abrolhos (PARNAM Abrolhos)é uma Unidade de Conservação (UC) de proteção integral cujo propósito é conservar a região considerada como a mais biodiversa do Atlântico Sul. O Parque é composto por duas áreas descontínuas: uma formada pelo Recife de Timbebas, localizado no município de Prado e outra situada a cerca de 70 quilômetros da costa do município de Caravelas, compreendendo o Arquipélago dos Abrolhos - composto por cinco ilhas de origem vulcânica: Redonda, Siriba, Sueste, Guarita e Santa Bárbara (esta última sob jurisdição da Marinha do Brasil), o Parcel dos Abrolhos e o Recife Califórnia. O PARNAM Abrolhos está localizado entre as latitudes 17º 23’ e 18º 10’ e as longitudes 38º 33’ e 39º 06’.
Criado em 1983 pelo Decreto Nº 88.218, o PARNAM Abrolhos foi o primeiro Parque Nacional Marinho no Brasil, abrange uma área total de 879 km2 e tem como objetivo principal proteger a fauna, a flora e as paisagens naturais da região. Seus principais ecossistemas são recifes costeiros, como o de Timbebas, recifes em franja bordejando as ilhas vulcânicas do Arquipélago dos Abrolhos, chapeirões isolados rasos, como o Parcel dos Abrolhos, e recifes mesofóticos, como o Recife Califórnia. Algas coralináceas incrustantes e briozoários são os principais organismos construtores dos recifes. Os recifes coralíneos de Abrolhos são áreas prioritárias para conservação da biodiversidade marinha, pelo elevado endemismo (e.g., 50% para corais escleractíneos e ~25% para peixes), e pelas suas formações recifais únicas em forma de pináculos, conhecidas como chapeirões. Esses recifes estão sob ameaça devido às mudanças climáticas, contaminação ambiental, pesca comercial, mudanças no uso do solo e dragagem. O PARNAM Abrolhos possui duas designações de reconhecimento internacional pela importância da sua biodiversidade, fazendo parte da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica/UNESCO e Sítio Ramsar.
A flora marinha do PARNAM Abrolhos é muito diversa, com registros de 215 macroalgas e 2 angiospermas marinhas. As macroalgas são representadas por 116 rodófitas, 57 clorófitas e 42 feófitas.
Merecem destaque as coleções de B.N. Torrano-Silva (depositada no herbário SPF) e de M.A.O. Figueiredo Guerra (herbário RB). O CNPq concedeu bolsas de Produtividade em Pesquisa e de Pós-Doutorado Sênior para a confecção desta lista. Parte do inventário florístico foi executado no âmbito do Programa de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração (PELD-Abrolhos).